sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ausências...

Olás...

Há pouco você chegou. O voo foi mais curto, desta vez.
Mas, mais curta é a sua estada. Amanhã já se vai.
Agora, é esperar, com ansiedade,  o próximo voo.
Interessante o que a distância nos faz.
A distância também aproxima.Não é de todo ruim.
A presença da ausência pode até nos fortalecer,
Ainda mais.

A ausência de alguém, vivo, porém, difere de outras ausências.
Como da ausência definitiva.
Hoje, de novo, vi aquele homem chorar.
Fui abraçá-lo. Confortá-lo. O que dizer-lhe?
Em menos de dois anos perdera três filhos.
O último, ainda nem se faz um mês.
Hoje, entre lágrimas,  eu o ouvi dizendo:
"Eram quatro filhos. Só um me resta".
E eu ali, abraçando-o, sem nada dizer.
Retirei o lenço de papel de meu bolso...
E lhe dei, para enxugar aquelas lágrimas.
Caiam mais.

A Lei Natural da Vida, dizem,
É que os filhos enterrem os  seus pais.
Não o inverso. Não desse jeito.
Não da maneira como aconteceu.
Aquele homem sente as ausências.
Aquelas que doem mais.
A presença na mente, de saber-se ausente,
Pessoas queridas...
Não as veremos.
Nunca mais.

Esta sua presença será mais curta. Amanhã já irás.
Sei que é uma ausência temporária...
Ausência de corpos  convivendo, rindo... alegres.
Mas basta pegar um celular, e já comigo "estarás".
Prefiro essa ausência (porque te vejo, te ouço... sabemos de nó),
Àquelas ausências doloridas...
Daquele pai.




Mamãe Coruja



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